domingo, 19 de fevereiro de 2012

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Review: NFS:TR(Need For Speed:The Run


Aqui é Hirioshi tó de volta demorei pra posta pois olha o tamanho do post, lá vai:

O novo Need for Speed é um jogo contraditório. Ao mesmo tempo em que tenho a sensação de estar jogando uma das melhores versões da série, sinto uma enorme frustração em diversos outros elementos. O fato é que ele tinha tudo para ser um jogo perfeito e épico, porém, ao deixar de lado algumas questões, acabou comprometendo a obra como um todo, mas não que o jogo não esteja bom ( viu como é contraditório? ).

The Run volta as suas raízes e consegue trazer algo novo.
História
Após conseguir escapar, com um tanto de sorte, você se depara com Sam que lhe faz uma proposta: uma corrida, vencedor leva 25 milhões, você ganha 10% e tem o caso resolvido com os Mobs ( quem está atras de você por conta da dívida ). – O que você tem a perder? O problema é que você terá de cruzar o país e ultrapassar mais de 200 outros competidores.Jack é um cara misterioso. É um bom corredor mas que, por algum motivo, acabou se envolvendo em diversas dívidas que não pode pagar e, quando se meche com os tipos de pessoas que Jack se envolveu, por mais que você seja rápido, uma hora ou outra eles vão te pegar. É exatamente assim que começa o jogo, com você, desacordado, preso dentro de um carro pronto para ser esmagado. Esse momento inicial é realmente lindo e com uma profundidade que deixa muitos filmes no chinelo. Rapidamente você deve encontrar uma forma de sair e fugir mas, obviamente, sua fuga é notada e uma perseguição inicia. A grande diferença é que aqui ninguém quer parar você para colocar de volta na máquina de “fazer biscoitos” ou lhe prender. Aqui eles querem explodir o seu carro, logo, além de ter de aguentar os trancos dos adversários tentando lhe fazer rodar, prepare-se para dirigir uma peneira de tanto chumbo que você vai tomar… se não explodir antes.


O plano de fundo da história é perfeito, instigante, profundo e muito bem implementado. Os momentos iniciais são realmente lindos, com um roteiro primoroso que o faz querer saber o que mais vai rolar e como você vai conseguir sair dessa. O jogo inteiro você estará correndo alucinadamente, cheio de pressão nas costas e, em diversos momentos, deixando a corrida de lado e começando a correr pela sua própria vida. Porém, conforme você avança no jogo você nota que cada vez mais a história foi sendo jogada de lado e o q importa é correr. Existe uma dúzia de personagens, incluindo o próprio Jack, bastante carismáticos e com profundidade a ser explorados, mas nada. Quem são os caras/organizações que o Jack deve? O que ele realmente fez? Você é apresentado a diversos rivais porém tudo o que você sabe a respeito deles são algumas poucas linhas descritivas que aparecem durante os loadings. E a Sam? Quem ela é?
Conforme o jogo passa, menos cinematics aparecem e as vezes acabamos por perder a sensação temporal que estamos vivendo. Estamos cruzando o país! isso não tem como ser feito em 1 dia mesmo a 300 km/h! Jack não dorme? Alias, uma cena dele durmindo e sendo encontrado pelos Mobs poderia ser muito interessante. Durante todo o jogo você, como jogador, anseia por maiores explicações e por conhecer mais os personagens mas isso não ocorre, e tanto o jogo, quanto a história, parecem ficar mais corridos com o tempo. The Run tinha tudo para ser um jogo de corrida épico. Ele lhe instiga a isso, mas você acaba se decepcionando, mas não que a conclusão não seja boa, nem alguns poucos momentos chaves. A história por de trás de The Run começa de forma sensacional mas não mantém o mesmo nível.
Gráficos
Já quanto a questão gráfica, confesso estar besta até agora. Sou uma pessoa que adora pegar estrada, especialmente a noite e, sinceramente, senti-me realizando ao jogar The Run.O jogo pode não ter os gráficos mais bonitos dessa geração, mas ele é sim lindo. Porém, o que realmente chama a atenção são os detalhes. Você deve enfrentar 10 estágios com pelo menos 4 fases cada. Cada estágio é uma região com um tema diferente, sendo cada fase uma transição. Você inicia o jogo em uma grande metrópole e todos os detalhes de uma grande metropole estão lá. Arquitetura dos prédios muito bem definida, tipo de relevo, carros estacionados, tráfego lento, clima, tipo de asfalto, tipo de ruas que você caminha ( 4 faixas, duplas, não duplas… ), tipos de carros que você irá encontrar. Depois você pega uma grande rodovia com um trafego mais rápido, relevo diferenciado mas pista condizente ao local que você está inserido, faixas largas, espaço para descanso, pedágios, grandes pontes… quando você menos espera, você está em uma estrada simples de interior, cercado de fazendas com um clima bem diferenciado, um relevo diferenciado, as vezes passando por de dentro de pequenos vilarejos.As transições entre uma região e outra são perfeitas. Você realmente viaja por diferentes locais com diferentes realidades sociais e economicas e com costumes diferentes. O trabalho de pesquisa para inserir todos esses elementos em um jogo que lhe propõem algo tão grande como cruzar um país gigante está perfeito. Além disso, você enfrenta diversos climas e que realmente altera muito as suas sensações e até a gameplay. Conforme você evolui no jogo, o mesmo anoitece. Em muitos locais a única iluminação que você tem é a do próprio carro. Algumas fases mais adiante começa a amanhecer e aquele sol batendo direto na sua cara acaba por criar um desafio a mais além de propiciar uma bela vista. Você ainda enfrenta chuva e neve, estrada esburacada e estrada de chão. De repente você está em uma planície, de repente você está descendo uma serra em uma estrada antiga cheia de curvas. Cada fase é única, com desafios únicos e uma paisagem belíssima.
A interface está simples. Por mais que se tenha velocimetro, mapa, progressão e outras informações, estão de certa forma discretas na tela, sem poluir a mesma. O único porém é o fato de não ter mais como personalizar a mesma. Particularmente tenho o costume de remover todas as informações da tela, deixando apenas o conta giros mas, como falei, está de uma forma tão limpa e discreta que não atrapalha.
Já os carros estão lá, porém, não espere uma enorme leva de customização, até por que, essa não é a proposta do jogo. Existe uma boa lista de carros disponíveis, porém, a maioria deve ser destravada, completando desafios ou upando de nível. A customização existe, porém, fica basicamente restrita a escolher cor e Body Kit. Uma coisa bacana é ver as modificações que o seu carro sofre durante a partida. Se você bateu muito, certamente ele irá estar todo amassado no final, vidros trincados ou quebrados, alguma parte faltando e até mesmo sujo relativo a onde você meteu ele. Estava em terra? Certamente ele vai estar todo marrom. Grama? certamente ele estará meio verde e, assim como ocorre com o seu carro, pode apostar que os demais carros também, em especial a polícia. A polícia em especial trás um medidor em cima da mesma que indica a “vida”. Se você bater bastante nela ela irá ser destruída, ou se conseguir faze-la capotar ou jogar para fora da pista. O bacana é que quando isso ocorre, o jogo fica em slow motion, a camera sai do carro e você pode ver o evento em detalhes e sua reação em cadeia. Em determinado momento, uma penca de políciais na minha cola, consegui rodar um e faze-lo capotar. Nesse momento pude conferir ele capotando atrás de mim e acertando outros carros que, por sua vez, também começaram a capotar.

Por fim, posso dizer que, graficamente falando, são poucos os jogos que se aproximam do nível de detalhes e atenção de The Run, seja no ambiente ao seu redor e efeitos. A questão customização pode estar bastante de lado, porém, é preciso entender que essa não é a proposta do jogo e que, sinceramente, não fez falta.

Som
“Não tem nada melhor que o ronco de um motor em alta rotação, com o barulho de brita batendo na roda e uma boa música de fundo…”
Acredito que a frase acima descreva bem essa questão no jogo. A seleção de música, embora menor que em outros jogos da série e até do estilo, está muito boa, alias, faz parte do conjunto. Como mencionei anteriormente, cada fase é realmente única e a questão sonora eh muito forte para criar essa identidade. Contra rivais geralmente se tem alguma música que ajude a definir a própria personalidade do rival, bem como o ritmo da estrada. Já nas fases “normais” a trilha de fundo segue conforme a proposta da pista criando um clima de tensão, de pressa ou de alívio conforme a situação.
Run Jack... run...
Já as “pequenas” questões estão perfeitas também, seja no barulho de tiros passando ou acertando seu carro ou o som da pista em que você se encontra relativo a sua ação. Se meu carro está correndo na lama, sinto que estou na lama não somente por que o controle alterou, mas por conta do som produzido, e o mesmo vale para quando vou para um canteiro cheio de britas/pedras ou grama e, acredite, você passará boa parte do jogo fora do asfalto, querendo ou não.
Por fim, a questão sonora está perfeita, tendo sido trabalhada juntamente com o todo para criar uma única sensação do começo ao fim.
Alias, Jack pode ser um cara de poucas palavras mas, quando fala, somado ao seu jeito canastrão, fala bonito ( mesmo que não tenha importância alguma o.O lol ).
Gameplay
A gameplay acredito ser um dos pontos fortes do jogo, ao mesmo tempo em que trás algumas falhas e sensação de ser um jogo incompleto.
Meus NFS preferidos foram o Underground 1 e 2 e Most Wanted. Digo isso por serem grandes jogos de corrida com uma jogabilidade bastante arcade, e The Run resgatou isso. Nesse quesito, quem sentia falta de um NFS assim, deverá se realizar, embora o jogo seja um tanto quanto curto. É possível completar o jogo em 2-3 horas, e cheguei a fechar os desafios em 2-3 horas também, com tudo nível ouro e alguns platina.
A IA dos adversários está fabulosa. Acredito ser uma das melhores da série e digo isso por que, nos demais jogos da série sempre senti-me frustrado. Era extremamente frustrante para mim chegar em uma corrida com o carro de velocidade final mais elevada do jogo, pegar um retão, atingir a velocidade final e manter com nitro e, de repente, um golzinhu 1.0 que não foi mexido ti passava a milhão… tudo isso com a desculpa de tornar o jogo mais competitivo. Em The Run não. Em TR os adversários seguem as mesmas leis da física que você e sabem trabalhar isso. Se você realmente for bom, o resto vai ficar comendo poeira e pronto. A polícia vai lhe atrasar sempre que possível e, se tiver uma chance de lhe fazer capotar, pode ter certeza de que fará isso. Muitos movimentos já conhecido delas na série estão presentes, bem como temos algumas adições. Já os Mobs é uma dimensão completamente diferente. Eles não estão ali para tentar lhe prender ou fazer parar… e sim para acabar contigo. Logo, espere por perseguições mais brutas, com investidas mais duras enquanto tiros atravessam o seu carro fazendo-o balançar.
Cada fase, cenário e clima são realmente únicos, e o testa das mais diversas formas. Dirigir a noite somente com a iluminação do seu carro é um desafio, bem como toda a gameplay é alterada quando se está dirigindo no gelo, chuva, barro, rodovia ou estrada esburacada. A combinação do quesito gráfico e seus mínimos detalhes, com a jogabilidade e a questão sonora está quase perfeita, criando corridas fabulosas, porém, alguns detalhes podem frustrar um pouco, em especial 2:
-Slow Motion: como comentei, em determinados momentos como quando você capota um carro da polícia, o jogo fica em slow motion, a câmera sai do carro e você confere a cena de uma forma única. Em primeiro momento é sensacional, até que você se toca que esse sistema foi muito mal implementado. Você não tem como pular essa animação e, em muitas ocasiões, o seu carro começa a reduzir drasticamente a velocidade. Isso quando não é o inverso… você estava reduzindo mas, a animação ocorre e você acelera mais ainda. Nesses casos tem grandes chances de capotar, sair da pista e outros.
-Limites da pista: isso foi algo que, em primeiro momento me frustou bastante, mas, depois de um tempo vi que é um bom limitador, mesmo assim acredito que muitas pessoas ainda possa se queixar desse quesito. O fato é que você está correndo em um mundo “aberto” e isso gera uma série de problemas, em especial a nível de e-sports. Pegar atalhos não programados poderia ser um problema, bem como os cheats em pistas que poderiam surgir além de bugs. Para mante-lo no percurso programado e já testado, uma solução simples foi encontrada: se você se afastar demais da pista você perde. Caso ainda tenha resets sobrando, você volta para o último checkpoint. Caso não, começa do zero a fase.
Por fim, temos a implementação de corridas fora do carro. Como já havia previsto aqui no blog, os momentos em que você sai do carro, por N fatores, e começa a fugir a pé são eventos programados de determinadas fases. Esquece que, se você capotar seu carro, você não vai sair do mesmo que nem um louco a procura de um novo. Em determinado momento você chega nesses momentos que servem como uma fase transitória e que, dentro do contexto inserido, caiu muito bem. Muita polícia na sua cola? Uma hora ela vai lhe pegar, sem contar os Mobs que, no meio da zona, chegam até com helicóptero atirando. Esses momentos são os ápices, que mudam a rotina do jogo e lhe confere um alívio ( bem como um novo carro ) após concluído. Embora sejam poucos, são bacanas e com momentos realmente épicos, cumprindo bem sua função.
Replay
Quesito controverso. Singleplay é curto mas, após zerar o game uma vez, é bem provável que você vá querer zerar novamente em uma nova dificuldade, mas isso lhe confere apenas mais 2 ou 3 horas de jogo. Existe ainda os desafios… alguns são realmente muito bacanas, embora a maioria você esteja apenas revivendo algumas fases do singleplay com condições diferentes. Deve lhe manter focado por mais algum tempo, principalmente para aqueles que buscam um desafio a mais, mas não espere muito. A recompensa também não se mostra algo útil ou instigante. Cada desafio é separado em diversas categorias, e cada categoria possui cerca de 5 fases. Para liberar as demais fases você precisa ir completando as anteriores com o nível prata, ouro ou platina e, fechando todas você libera algum carro. Mas é apenas um carro a mais… e não é algo essencial para lhe ajudar a buscar platina nas pistas. Pelo contrário, você pode conseguir fechar todas as pistas com os carros iniciais.
Uma coisa bacana aqui é que seus tempos em todas as fases ficam armazenados e você pode comparar com seus amigos/conhecidos, instigando uma richa/competição para ver quem faz o melhor tempo mas, novamente, não é algo que irá lhe prender muito até o próximo need. Por fim, o jogo ainda conta com um modo online para competir com outras pessoas. Bacana, sistema interessante de busca, porém, você não tem uma recompensa grande além de ter vencido outro cara… alias, o seu perfil no jogo conta com um sistema de level up. Toda fase você ganha xp de acordo com seu desempenho e, ao mudar de nível, ganha uma recompensa. De início essa recompensa se mostra interessante… nitro? Mais nitro? Mas nos próximos temos apenas ícones e planos de fundos para seu profile online…
Acredito que a implantação de um sistema de achievements /medalhas com um profile virtual seria uma opção mais interessante, bem como algumas recompensas melhores. Além disso, um sistema de replay propriamente dito faz muita falta. Need for Speed Underground 2 possuia um sistema de replay FANTÁSTICO! Driver chegou esse ano com um sistema fantástico e que o permite criar verdadeiros filmes. Por que desde NFS:U2 pararam com esse sistema? E isso é algo ainda a ser explorado/evoluído, principalmente por ser uma ferramenta importantíssima dentro do meio competitivo. Sistema de compartilhamento de replays? Por que não? Idéias existem aos montes… sinceramente não sei por que deixaram de lado algo que poderia instigar ainda mais a vida útil do jogo.
Conclusão
The Run é um grande jogo. Possui uma proposta única com uma apresentação maravilhosa, mas que perde o fôlego durante a campanha que é um tanto quanto curta. Gameplay está perfeita ( tirando alguns poucos detalhes ), especialmente para aqueles que sentiam falta da questão mais arcade e underground da série. O conjunto ( gameplay, gráficos, proposta e som ) também estão perfeitos, porém, faltou algo para extender a vida útil do jogo. Por fim, The Run é um grande jogo, com muitos momentos de tirar o fôlego, pressões e alívios. Tinha tudo para para atingir algo espetacular e épico mas não o é… mas continua sendo um bom jogo.
Abaixo Videos do Jogo:















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